MILÃO FASHION WEEK: GUCCI, PRA LÁ DE MARRAKECH

ALI BABÁ, ALLADIN E OS MISTÉRIOS DA PÉRSIA

Gucci, ou Casa Gucci, grife italiana fundada por Guccio Gucci em 1921, iniciou sua trajetória de sucesso e glamour com a fabricação de peças artesanais em couro confeccionadas pela própria família. Contudo, sua história nem sempre foi rodeada de louros de sucesso. A marca já esteve a beira da falência. Nesse contexto, sua direção artística, assim como todo o grupo Yves Saint Laurent, foram socorridos pelo aclamado estilista Tom Ford, que atribuiu-lhe um novo look, contemporâneo, sofisticado e trés chic. A partir daí, a marca foi disseminada entre os segmentos de consumo e adquiriu o status atual. 

Em 2005, Tom Ford desligou-se da Gucci e assumiu sua marca própria no mundo fashion. Com um nome de peso e currículo impecável para iniciar um trabalho assinado com seu próprio nome, Tom Ford, representa hoje, um dos nomes e grifes mais respeitadas no mundo inteiro, notoriamente conhecida por todos que lidam e curtem o mundo fashion. 

Ainda que perdendo um nome de peso, a Casa GUCCI ainda é um gigante da moda. Somente atrás da Louis Vuitton, Gucci é considerada a  segunda maior marca de moda e recordista mundial em vendas italianas. Gucci, representa o luxo, o glamour e a sofisticação clássica da moda que nunca sai de moda, do estilo que impera. 

A semana de moda em Milão aguardava tons mais sóbrios e clássicos na coleção primavera verão 2011/2012 Gucci, mas a gigante italiana surpreendeu a todos com uma ousadia clássica e vibrante. O ínicio do desfile impressionou a platéia com a exploração de cores vibrantes e marcantes pela girfe italiana. Esbanjando sofisticação, glamour e com aquele "ar snob", imprescindível para o toque ultra chic a la "Uma linda mulher", a marca apresentou sua coleção em high style apostando em modelitos cigarrettes, tops, blazeres, saias altas e vestidos.

A força vibrante e sexy das cores que variavam do laranja, uva, roxo e turquesa até o total black, inspiraram a grife devido ao trabalho de Guy Bourdin, Chris von Wangenheim e David Bailey para a coleção de Frida Giannini.  

Os recortes inusitados e saias ajustadas foram exploradas em conjunto com as franjas, faixas na cintura, brocados e trabalhos em linha  que remetiam o mistério e enigma das mulheres de Marrakesh e as mil e uma noites.

Para entender a inspiração mágica para a criação da nova coleção, a grife "viajou" até a lendária Pérsia, onde o rei Shahryar, após ter sido enganado por sua esposa, matou-a e passou a desconfiar de todas as mulheres. Desencantado com o amor, a cada nova virgem selecionada como pretendente a esposa, na primeira noite, era morta pelo rei. 

Até que um dia conheceu a jovem Scherazade, filha de um vizir, linda, atraente, inteligente e esperta. A futura esposa, conhecendo os antecedentes do rei, estabeleceu uma estratégia para salvar sua própria pele. Na primeira noite juntos, Scherazade começou a contar-lhe uma atraente história de um sultão, que, todavia, jamais concluía. Aguçando a curiosidade do rei, todas as noites sua vida era poupada, na esperança de conhecer o final da história. Noite após noite, Scherazade iniciava um novo conto sem fim.

A esperta futura rainha e suas histórias enebirantes garantiram-lhe 1001 noites de vida até perceber que o rei havia se apaixonado, contando-lhe então o final da primeira história. O rei, apaixonado e seguro de que não podia perder sua rainha, acreditou então finalmente ter encontrado sua futura e eterna esposa, aquela rainha com quem compartilharia seu reino.

O mais antigo manuscrito em lingua  árabe, registra as histórias de Ali Babá e os Quarenta Ladrões, de Sinbad, o marinheiro, de Aladdin e a lâmpada mágica e de Sherazade.  São os contos das '1001 Noites' eternizados em lendas e que inspiraram a criação da nova coleção primavera/verão 2011-2012, GUCCI, assinada por Frida Giannini.

.:. Girly Stuffs .:.

   A moda sai de moda. O estilo, não.